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quinta-feira, junho 03, 2010

FRASE DA SEMANA

"Quem aprende com quem ensina também ensina a quem ensina, porque ensinar também é aprender", José Carlos Benigno.

quarta-feira, abril 07, 2010

MEU PAI...

Ela me fez entender
Pai, por favor, perdoa-me e ouve o meu grito? Ela me fez te entender!
Pai, só agora, finalmente eu enxergo o que antes a inexperiência não me deixou ver...
Pai, agora eu sei porque você disse “sim”, e o porquê de você dizer “não”...
Pai, descobri o porquê das tuas atitudes, quando resolvi escrever a minha história...
Pai, agora eu sei porque você tentou me fazer voltar quando eu ainda nem havia chegado...
Pai, agora eu sei porque você não pode ter tempo pra gente ter sido mais...
Pai, hoje gostaria que toda essa minha angústia não fosse fruto do que a ti atribuí no passado...
Pai, você me deu tanto tempo e hoje sei que não fui capaz de querer ter...
Pai, como é forte e incômodo em mim o barulho da ressonância do teu silêncio...
Pai, embora não tenhas dito nada sobre mim, agora percebo o quanto dissestes em teu silêncio...
Pai, hoje sei porque mantivestes tão jovem até a hora da partida apesar dos quase cem anos vividos...
Pai, eu sinto que a dor que me invade é muito maior que a dor que me cabe...
Pai, pena que o meu pedido de perdão, ainda que por mais alto eu grite, já não mais poderá ser ouvido por ti...
Pai, ainda assim eu te imploro: afasta de mim o “cálice de vinho tinto de sangue” que minha estupidez durante todos esses anos ajudou-me a condenar-te e Ela me fez perceber que durante todo o tempo eu mesmo abasteci o cálice...
Pai, você foi meu herói, e te fiz meu bandido! "Meu querido, meu velho, meu amigo"...
E, só agora, por ela, me fiz te entender!



José Carlos Benigno
46 anos depois.

Dia 17 de abril de 2010, terei mais um ano de saudades... Ele atendeu ao chamado do Pai numa tarde de segunda-feira 17 de abril de 2006. E abriu-se um novo vazio em minha existência... Até lá Zé... Meu Zé Facho, meu eterno herói...
Ourolândia, 07 de abril de 2010

domingo, setembro 06, 2009

Formatando poesia...


Sonhar
Durante a chance que permito ao tempo
Contemplo o fim do horizonte
Lá onde o céu azul encontra a terra verde escura
Donde é feita a humanidade

E anseio uma nova remessa
Feita de gente diferente
Gente que possa amar e sonhar
Gente que possa enxergar a dor
A dor que atinge o lado irmão
Gente que possa compreender
Gente feita de menos coisa e de mais gente



Sonhar, fechar os olhos e sonhar
Enquanto ainda é permitido viver
Sonhar, fechar os olhos e sonhar
Viver foi sempre nada mais que sonhar

 
Zé Carlos Benigno


Ourolândia, 28 de agosto de 2009

quinta-feira, junho 04, 2009

Da pedra à vidraça



Não me preocupa o grito dos maus, mas o silêncio dos bons”, Martin Luter King.
A citação acima nos estimula a passar pelas críticas injustas, aceitar as construtivas para melhorar, sob todos os aspectos, nossa capacidade e buscar incessantemente a perfeição no exercício da função que compete a cada um de nós durante a vida, principalmente, enquanto gestores públicos.

Já descobri que, dentre outros pecados, em equívoco, a cultura do nosso povo não impede mas dificulta o desempenho da nossa tarefa de modo justo, correto e por vezes até honesto, onde cabe política.

Entre nós, podemos comentar que quando o assunto é a administração da coisa pública há um grande equívoco por parte duma sociedade, ainda inconsciente, que de forma egocêntrica quer sempre tudo para si, sem importar-se com o coletivo.

O pior disso é que esta mesma parte é a que mais critica quando o gestor fica impossibilitado de atender de forma plural, exatamente por ter sido infeliz atendendo ao singular. É como se fosse... “o grito dos maus”.

Com reservadas exceções, durante os mais de 20 anos que militei na Imprensa, achei que os gestores agiam assim por mera culpa ou conveniência. Hoje, depois de transcender da “pedra para a vidraça”, mesmo ainda concordando somente em parte, conservando as exceções e especialmente meus ideais, percebo que a maioria desses gestores são meramente reféns de uma situação condicional.

Infelizmente, descobri que esta é a maior moeda de troca no câmbio negro instalado nos escuros bastidores do mundo político, principalmente no período que transcorre entre as eleições. No convívio dela o processo se inverte mas não deixa de ser cambial.

Não gostaria que esta crônica conotasse que estou defendendo ou tentando justificar certas atitudes equivocadas e até nefastas dos que se encaixam no contrário ao correto. Afirmo que busco viver num país justo e melhor para todos nós, portanto esclareço que quero mesmo é estimular o leitor a encontrar soluções para melhorar seu habitat e por isso não me importo com a exposição aos riscos da interpretação que corro aqui. Vamos despertar fazendo a seguinte pergunta: de quem é a culpa?

Dos gestores? Do Povo? ... Calem-se ou assumam... “o silêncio dos bons”.

Eu poderia até ser menos genérico e seguir na fala com outras sugestões mais diretas, mas prefiro deixar aqui minha contribuição ao exercício de vossos cérebros decretando a abertura à temporada de interpretações!

Vejo honestidade não como virtude, mas como obrigação. Acrescento apenas que serei sempre defensor da tese de que precisamos melhorar como sociedade consertando primeiro a cada um de nós!

Recentemente um amigo me questionou: “Zé, quando você militou como radialista passou grande parte do tempo tecendo críticas aos políticos. Agora te vejo trabalhando na vida pública, como você explica isso?” Respondi que fiz uma opção por mera curiosidade na esperança de encontrar respostas para muitos por quês de algumas incógnitas da vida pública.

Segundo Bertold Brechet, o castigo dos que não querem se envolver com política é que sempre serão governados pelos que querem.

Posso estar completamente equivocado ou ter sido infeliz em minha opção, mas, ao menos, permaneço com a consciência tranquila: tive a coragem de deixar de ser pedra pra saber como é sentir a dor de ser visto e prejulgado como estilhaços de vidraça.

José Carlos Benigno.

Ourolândia, 03 de Junho de 2009

quinta-feira, dezembro 04, 2008

Ouvi essa música...

É Você Que Eu Amo
Idioma original: POR
Moça você me pergunta eu não sei responder,
por isso eu fico aqui parado sem saber porque!
eu que sempre fui valente, forte sangue quente não sentia dor,
moça eu to sofrendo,
to aqui morrendo,
por um grande amor!
Moça to meio sem jeito de me declarar,
por isso eu fico aqui calado sem poder falar,
falar de todos os segredos moça eu tenho medo do meu desengano,
que deus abençoe, moça me perdoe, mas é você que eu amo.

tá no ar, ta no meu olhar, no sol, na luz do luar
tá no meu sorriso.
tá na cor, no beijo do beija-flor, ta nas mãos de deus,
é tudo que eu preciso!!
Moça to meio sem jeito de me declarar,
por isso eu fico aqui calado sem poder falar,
falar de todos os segredos moça eu tenho medo do meu desengano,
que deus abençoe, moça me perdoe, mas é você que eu amo.
refrão:
tá no ar, ta no meu olhar, no sol, na luz do luar
tá no meu sorriso.
tá na cor, no beijo do beija-flor, ta nas mãos de Deus,
é tudo que eu preciso!!

quarta-feira, novembro 26, 2008

Coisas que penso, escrevo e acredito

"Minha loucura serve para ridicularizar alguns que acreditam na sanidade própria", José Carlos Benigno

“Ser visto como sano não pode ser uma questão de interpretação alheia, mas uma coisa de consciência própria”. (José Carlos Benigno)

Uma origem contada em poesia


Quem sou eu?

É como se do ventre viesse a origem
E a origem viesse do vento!
Contado num livro do começo em branco
Impresso do meio para o fim
Que confunde a expressão da escrita
Que dita um passado sem direito ao começo
E uma história sem direito ao passado

Um fruto ao chão da árvore
Supostamente filho da sombra
Sustentado apenas da hipótese
Que aprendeu a nutrir-se da sobra
Das folhas secas que o vento deixou

Parece mesmo coisa do vento
Que enquanto esteve aqui
Soprou ao longe a ameaça
Manteve úmido o espaço
E pediu à arvore a proteção
Ao fruto que soube sozinho
Não apodrecer criado ao chão...

Zé Carlos Benigno
O filho do Vento

Obs:
O cantor e compositor Joan Sodré, transformou esta poesia em música.

Meu discurso de formatura no curso de Administração


“Eu tenho um sonho”!

Estas são palavras do Dr. Martin Luther King Junior, pastor e ativista político estadunidense pertencente à Igreja Batista que tornou-se um dos mais importantes líderes do ativismo pelos direitos civis exatamente porque tinha o sonho de ver a igualdade (para negros e mulheres, principalmente), nos Estados Unidos e no mundo!
Luter King defendeu a não violência e fez campanhas em defesa do amor para com o próximo.
Tornou-se a pessoa mais jovem a receber o Premio Nobel da Paz em 1964!
Seu discurso mais famoso e lembrado, leva exatamente esse título
"Eu Tenho Um Sonho".

Meus amigos e amigas!
Em nome dos formandos do Curso de Administração da Universidade Norte do Paraná, Unidade de Jacobina, eu gostaria de dizer que concordo com o Dr. Martin Luter King!

Não é possível viver plenamente sem ter um sonho!

A vida nada mais é que uma batalha constituída de sonhos!
E o desejo de realizá-los é que nos faz vencer cada etapa dela e crescer, nos tornando ativos durante a busca das nossas realizações!
Quem não tem sonhos, estagna, pára, torna-se inerte!
Sonhar é, sem dúvida nenhuma, a maior ferramenta que Deus nos concedeu para a prerrogativa das nossas conquistas!
Em sua sapiência ele ainda nos facultou o direito de escolher nossos sonhos!
“Tudo é possível a aquele que crer e sonha”! É bíblica a frase!

Há três anos, prestamos o vestibular para o curso de Administração e o dia de hoje, 15 de agosto de 2008, confirma essa tese com a realização de mais esse nosso sonho!

Foi proveitoso, durante esse período, olhar as coisas que aconteceram em seus mínimos detalhes! Porque é ai que a gente aprende!

A gente aprendeu com as aulas, com os professores, com os tutores, com o portfólio, com os colegas e também com as dificuldades!
É importante lembrar que ninguém se torna um vencedor sem ajuda, e, o que mais nos ajudou nesta missão foi exatamente a nossa própria força de vontade!

Infelizmente ainda existe muito preconceito com o ensino a distância!
Porém, indubitavelmente, ficou claro aqui durante estes três anos, que para aprender, muito mais importante que qualquer sistema de ensino aplicado, é a dedicação do estudante!

Nenhuma Universidade do mundo, presencial ou a distância, vai conseguir imprimir a ciência, sua filosofia, se o aluno não tiver interesse em aprender! É preciso, e devemos querer aprender, porque o maior patrimônio que, enquanto seres racionais, podemos adquirir durante a nossa vida, é exatamente o conhecimento! Ninguém toma o que o homem carrega na mente! Precisamos alimentar essa consciência!

E há uma prerrogativa nisso: a parte do nosso cérebro do tocante a caber conhecimento nunca enche!
Sua garagem oferece um limite à quantidade carros que suporta, sua casa oferece limite à quantidade de pessoas, a escola à quantidade de alunos, a Igreja à quantidade de fieis, e assim por diante!
Mas o cérebro não! Ele é como a imensidão do Universo! Vale ratificar: o cérebro nunca enche!
Foi assim que Deus nos fez! Com um pente de memória infinito e com o livre arbítrio para escolhermos o teor e a quantidade de conhecimento que queremos acumular para que assim percebamos que nunca é demais o saber, e que, a cada dia, devemos, mais e mais, aprender, aprender, aprender e aprender.....

Eu poderia aproveitar a oportunidade para falar um pouco do conhecimento que acumulamos durante o curso, a respeito de como administrar uma empresa, mas entendo que o momento é mais oportuno para dizer aos senhores que, de acordo com a última avaliação da ONU - Organização das Nações Unidas, o Brasil é o 72º país do mundo no ranking da Educação.
Isto significa dizer que existem 71 países à nossa frente quando o assunto é interesse por conhecimento, enfim, por aprendizado!
Se desconsiderarmos o Vaticano, na Itália e a Província de Formosa, na China, que são países, mas não são considerados pela ONU, teremos um total de 192 compondo as Nações Unidas, ou seja, o Mundo!
E ai o fato triste passa a ser mensurável, sendo necessário repetir: dos 192 países do mundo somos apenas o 72º, (lá em baixo) quando o assunto é educação! Quando o assunto é interesse por conhecimento científico!

Isso é preocupante!

Precisamos fazer alguma coisa! ! E sinto que, em caráter de urgência!!!

Há muitos anos, não posso precisar a data, mas lembro a época e sei que foi em algum ponto dos anos 70, eu, ainda criança, morava com uma tia-mãe, e, certa feita, revirava umas caixas que guardavam alguns objetos, lembro que um deles me chamou a atenção (um antigo disco de vinil, daqueles de 78 rotações com apenas uma música gravada). No centro dele a marca da gravadora: Continental, o nome do cantor: Francisco Petrônio e o título da música: Você também é responsável.
Me permitam citar a letra:
“Eu venho de campos, subúrbios e vilas,
Sonhando e cantando, chorando nas filas,
Seguindo a corrente sem poder participar,
Porque me falta a semente do ler e contar

Eu sou brasileiro anseio um lugar,
Suplico que parem, prá ouvir meu cantar

Você também é responsável,
Então me ensine a escrever,
Eu tenho a minha mão domável,
Eu sinto a sede do saber

Eu venho de campos, tão ricos tão lindos,
Cantando e chamando, são todos bem vindos
A nação merece maior dimensão,
Marchemos prá luta, de lápis na mão

Eu sou brasileiro, anseio um lugar,
Suplico que parem, prá ouvir meu cantar”

Recentemente pesquisei a vida de Francisco Petrônio e descobri que a música era ainda dos anos 60, deixando claro que ele via com preocupação sobre um tema que me parece ser bisavô do assunto.

Nós brasileiros, infelizmente em nossa maioria até por uma questão de cultura não gostamos de ler!
Isso é profundamente lamentável!
Monteiro Lobato dizia que “quem não lê, mal fala, mal ouve, mal vê”.

Para fazer justiça devemos reconhecer que os governos mais atuais já perceberam isso, e, de algum tempo, já vêm desenvolvendo políticas de educação. Mas é necessário que cada um de nós entremos nessa luta de corpo e alma! É como nos disse Francisco Petrônio em sua canção, já nos anos 60: “Você também é responsável”!

Eu penso que essa responsabilidade, vendo-a por um mínimo, deve ser a da adoção do conhecimento!
E esta adoção meus colegas, amigos e amigas, ela começará no momento em que adotarmos a nós mesmos e reconhecermos que estamos enfermos! Carentes do saber sobre todos os aspectos!!!
Felizmente essa mal ainda tem cura!
O caminho que nos conduz até o médico é a força de vontade, e o remédio para a cura está na leitura!

Mas pra que serve o conhecimento? É somente para povoar a mente? Claro que vai muito além disso!!!
Precisamos sobreviver!
Mas não apenas sobreviver! Precisamos também de dignidade!

O conhecimento é a condição para que sejamos atendidos de forma digna em nossa sobrevivência! Em nosso bem estar social!
Seja de forma empreendedora ou ocupando cargos na iniciativa privada ou pública, nossa condição econômica ou social vai depender da capacidade de cada um, adquirida através da dedicação e da força de vontade que tivemos no momento em que nos foi oportunizado o acesso ao conhecimento.

O Curso de Administração nos alertou sobre a velocidade com que as novas tecnologias surgem tornando necessário que a cada momento o mercado de trabalho exija novos profissionais.
Não é preciso ir muito longe para perceber esta realidade!
Existem por aqui milhares de empresas de sucesso gerando empregos e ajudando no desenvolvimento sócio econômico da nossa região que poderiam ser citadas aqui, mas gostaria de lembrar que a maior empresa privada, operando no nosso município atualmente, é a Yamana Gold! Ela gera mais de 1200 empregos diretos e centenas de outros indiretos.
Um dos seus diretores informou recentemente, em uma emissora de rádio, que infelizmente os cargos técnicos que oferecem melhores salários, são preenchidos com profissionais que vêm de outros estados porque aqui não existem pessoas capacitadas para tal missiva.
Ao que parece a velocidade da tecnologia foi maior que a do nosso interesse, e para ser justo acho que, nesse caso, faltou-nos, talvez, a oportunidade do acesso ao conhecimento. A Universidade, durante o curso nos chamou a atenção para isso!
Precisamos despertar urgente para esta realidade!
Não se pode negar que as opções de ensino estão aparecendo! Durante os últimos anos nossa cidade vem se transformando num Pólo de Educação, a partir das diversas unidades de ensino que estão se instalando aqui! Esta é a oportunidade de darmos nossa contribuição, investindo em nós mesmos, na luta para que o País saia dessa incômoda situação no tocante a Educação! Não há o tempo em que não se possa começar!
Pensem nisso!

Entendo que cometeríamos, aqui, hoje, um grande e lamentável equívoco se colocássemos esse momento como a celebração da conclusão de um curso que fizemos!
Podemos e devemos celebrá-lo como: o dia em que tivemos a consciência que a necessidade de aprender é infinita e que estamos, apenas, nos oferecendo a oportunidade de começar uma nova etapa desta infinita necessidade da convivência com o verbo aprender!

Pediria licença aos colegas para dizer que, a exemplo do Dr. Martin Luter King, eu também tenho um sonho e gostaria de encerrar este discurso dividindo-o com todos vocês!

Eu sonho em ver meu País repleto de gente capaz de ensinar, mas, sobretudo, com muito mais gente interessada em aprender!

Muito obrigado!"
José Carlos Benigno
15 de agosto de 2008
Ofereço este discurso a todos os professores que passaram pelo meu currículo escolar! Mas, em especial, ao professor Jonas Ferreira Filho, pilar principal do meu aprendizado, pela maneira austera e eficaz com que me conduziu a enxergar os maiores e melhores valores da minha existência. Meu eterno agradecimento a Jonas Ferreira Filho. Joninhas! Meu inesquecível professor!

sexta-feira, janeiro 18, 2008

Uma visão diferente


O incêndio ocorrido na madrugada da última quarta-feira, dia 16, na Rua Morro do Chapéu que destruiu totalmente a empresa Centro Automotivo Jacobinense com todos seus equipamentos e mais sete veículos, levando os empresários, Arnaldo e Adilson, á beira da falência, abriu fogo também numa questão que já vem largamente sendo discutida, pela sociedade, por outros acontecimentos semelhantes, mas que, até aqui, ainda não despertou a sensibilidade das autoridades competentes que podem e devem fazer algo em torno do problema.
O questionamento mais importante a ser feito nesse momento é: Até quando vamos continuar vendo incêndios destruindo patrimônios em Jacobina?
Deus tem sido generoso conosco porque, tem mandado o recado, mas até então, nenhum deles foi além dos prejuízos materiais.
Mas até quando o recado de Deus vai soar sem a vítima fatal? Ou vítimas fatais?
Nossos representantes precisam ter a consciência de que já é hora de, ao menos, capacitar pessoas para agir em momentos como esses. Não podemos esquecer que a Brigada Voluntária de Incêndios tem contribuído como pode, e, a exemplo de outros casos, evitou mais uma vez que a tragédia tomasse proporções maiores. Mas fatos como esses não podem continuar resolvidos de voluntariedade! Existem custos, pessoas a ser remuneradas, e, sobretudo precisamos atribuir responsabilidades à alguém! Ter pessoas a quem cobrar resultados! Embora úteis, sendo voluntários, não se pode obrigá-los a nada, afinal são voluntários.
Necessitamos de um órgão oficial capacitado para todo tipo de ação que não fique somente em torno de cuidar de apagar incêndios. Até porque as fatalidades, lamentavelmente, acontecem de outras formas também.
Mas já que o papo é incêndio, vamos lembrar do Calçadão mais uma vez: existe um hidrante ali? Se existe, funciona? Quantas simulações de incêndios já foram feitos naquele local onde não é possível o acesso para um carro de bombeiros numa situação de emergência?? É difícil a instalação e os testes desse ou desses hidrantes? As autoridades entendem que é importante a disponibilidade de hidrantes (que funcionem) instalados ali?
Eu gostaria muito que algum político ou alguém ligado ao assunto pudesse nos enviar uma resposta a todas essas perguntas já na próxima edição! Publicaríamos com o maior prazer! Fica aqui o desafio. Mas, voltemos ao assunto:
Jacobina não é mais uma cidade pequena!!! Aqui já precisamos de um Corpo de Bombeiros que é o órgão treinado pra resolver tudo que envolve socorro à vítima, ocorra como ocorrer! Pra quem não sabe, numa cidade grande os bombeiros são chamados até pra tirar gato de cima de poste!
Quantos fatos envolvendo o tema aconteceram aqui nos últimos dias? Eles nos mostraram e nos fizeram sentir a necessidade que temos de já ter aqui esses anjos da terra como são tratados em todos os lugares!
Por outro lado, precisamos ter a consciência de que não é somente a presença de um Corpo de Bombeiros que vai evitar que as tragédias nos aconteçam. Os infortúnios pode acorrer em qualquer lugar com qualquer pessoa.
E o trabalho preventivo diminue o risco, a possibilidade e pode ser feito por cada um de nós! É até uma questão de responsabilidade.
O ser humano precisa ser menos negligente e mais atencioso e cuidadoso a começar pela própria vida.
Tivemos o fato do rapaz de Cachoeira do Itapemirim que morreu, com traumatismo no crânio, num acidente de carro, praticamente na entrada da cidade, quando vinha em alta velocidade, sem fazer uso do cinto de segurança, se desgovernou na passagem por um caminhão numa curva, perdeu o controle do veículo chocando-se frontalmente num paredão de pedras e foi arremessado para fora do carro indo de encontro ao mesmo.
Aquele rapaz morreu porque não tinha uma UTI em Jacobina para socorrê-lo ou porque estava trafegando fora dos limites dele e do próprio carro??
Não estou dizendo, com esse questionamento, que não precisamos de UTI, mas quero mostrar que meu avô tava certo quando propagava o milenar ditado: “prevenir sempre foi melhor que remediar”.
A imprensa questionou a demora e até mesmo a ausência de membros da defesa civil no resgate aos corpos de dois rapazes que morreram afogados quando tomavam banho nas águas do poço da Cachoeira dos Alves no último final de semana. É evidente que essas duas vidas poderiam ter sido poupadas, por elas mesmas, se alguns cuidados tivessem sido tomados, algumas práticas tivessem sido evitadas.
É importante fazer um questionamento até mesmo para que as pessoas comecem a ver as coisas por um ângulo muito mais profundo: se já tivéssemos, em Jacobina, pessoas da defesa civil com capacidade de resgatar aqueles corpos em tempo célere, elas teriam evitado as mortes daqueles dois homens?...Claro que não!!!! É muito mais uma questão de conscientização própria!
Quem venham os leitos de UTI, o Corpo de Bombeiros, e tudo mais que merecemos, porque uma cidade em desenvolvimento precisa dessas coisas, mas que encontrem aqui um povo civilizado, politizado, que tenha na consciência que é preciso cuidar da própria saúde através de uma educação preventiva, que obedeça as leis de trânsito e acima de tudo que tomem consciência dos limites do próprio corpo e dos perigos que da natureza e os bens matérias impõem quando são ultrapassados em seus regimentos!
Nossa cidade vem crescendo na sua estrutura física, mas acontecimentos como esses, nos fazem refletir que precisamos crescer também num espaço onde é infinitamente importante crescer: na nossa própria consciência!

José Carlos Benigno
16.01.08

sábado, janeiro 12, 2008

O que me faz chorar



Me faz chorar sim! E acho que é um misto de quase tudo! Afinal é como diz uma pessoa especial que conheci:
...Chorar é bom às vezes, sabe?
Desmancha o nó da garganta (quando não o acentua)!
Faz-nos humildes (não que seja humilhação chorar!)!
Tira-nos o chão e nos faz desabar.
Chorar é bom sim!
Faz-nos gritar por respostas e por certezas...

(Carla Cinara)
Quem tem sensibilidade, ao ler algum texto meu, vai perceber que uso a alma para escrever.
E me fez chorar sim, essa semana, vendo mais uma vez, de cima de uma das pontes de Jacobina que cruzam os leitos das águas que imploram um atendimento de alta complexidade, a agonia dos rios que cortam essa cidade! Naquele momento fui cutucado pela própria alma que me pediu mais uma vez em silêncio: “Faz mais alguma coisa! Continua fazendo enquanto ainda agoniza o rio”.
Me fez chorar quando vi meu texto, escrito há alguns anos em defesa do Rio do Ouro e publicado pela primeira vez no extinto Jornal A Notícia da Chapada do amigo Ubirajara Santos, usado num trabalho da Uneb para a defesa da causa! Fiquei emocionado e alegre por ver esta comunidade acadêmica sentir a necessidade e a importância que existe na peleja por esta tão nobre missão que é a luta em defesa da natureza!
Me fez chorar, me vendo no passado escovando os dentes com as águas do Rio do Ouro e imaginando o futuro vendo as pessoas lendo algo sobre o que um dia foi aquele curso de água.
Me fez chorar a percepção do que fizeram com ele!! E é inadmissível!!! Assusta-me, essa inconsciência da sociedade e principalmente daqueles que detêm o poder, e que poderiam ajudar nesta tarefa, que é de cada um de nós, mas que, infelizmente, com raríssimas exceções, quase ninguém faz nada.
Me faz chorar, a lembrança do meu discurso na Tribuna do Plenário da Câmara de Vereadores de Jacobina, em defesa do meio ambiente, que foi longamente aplaudido pelos presentes e depois ecoou sobre as serras e não mais foi ouvido por ninguém! Isso é lamentável.
Me faz chorar a lembrança do meu texto Dois Rios e uma Saudade, que se perdeu no tempo e num espaço vazio onde, infelizmente, não há quem queira ocupar a sensibilidade, a responsabilidade e o trato com aquilo que entendo ser a única coisa perfeita deste universo criado por Deus: a Natureza!!!
Chorei quando li na monografia da acadêmica professora Valdelice Barreto, que valorizou nosso apelo em sua pesquisa, e referiu-se como uma resposta ao nosso grito:
"Se te serve de consolo Benigno, teu grito também é nosso".
Ouço uma sinfonia de gritos professora!!! E o que mais me incomoda e me faz chorar é exatamente aquele: o grito do próprio Rio!!!!

sábado, dezembro 29, 2007

Pequenos detalhes da minha vida

Era aqui nesse lugar


Uma linda história!
Já no final dos anos 70, eu estudava no Colégio Deocleciano Barbosa de Castro, e quando voltava pra casa, perto do meio dia, passava na Praça da Matriz e lá ficava admirando o trabalho dos Hippies, (jovens revolucionários de um movimento de protesto), que naquela época eram muitos e permaneciam ali fazendo pulseiras, brincos, anéis e um montão desses tipos de coisas.
Os objetos prontos eram dispostos à venda, em placas de papelão forradas de pano preto onde, principalmente, as meninas fuçavam até que acabavam comprando alguma coisa.
Era comum uma grande quantidade de estudantes aparecer por lá com o mesmo objetivo.
Eu ficava encantado com a praticidade de um dos Hippies.
Apesar de não lembrar mais o nome, ainda sou capaz de descrevê-lo: um cara alto, magro, sandálias de couro, roupa bem folgada, cabelos longos e amarrados com uma fita vermelha passando pela testa.
Ele não gostava muito de falar, mas sempre me aproximava dele exatamente porque admirava a agilidade como manobrava a ponta de um alicate dando formato aos brincos e pulseiras.
Várias foram as vezes e os dias em que sentei no chão da praça e permaneci ali durante horas observando. Até que, em um desses dias, aconteceu algo que ficou marcado para sempre em minha vida.
Lembro-me como se fosse agora: o Hippie, que jamais havia me dado atenção, após terminar de trançar uma pulseira, entregou-me o feito e disse: “observe bem os pontos trançados dessa pulseira Guri!”
Fiquei meio estático, afinal era a primeira vez, em quase um ano, que o cara falava comigo. Demorei a reagir, ele, abriu um tímido sorriso, e voltou a insistir: “pegue Guri! Veja e me diga o que você acha que é isso que acabei de fazer?”
Finalmente estendi a mão e peguei a pulseira. Fiquei olhando detalhadamente cada volta que aqueles fios davam, um sobre o outro! Uma magia, quando se sabia que aquilo havia sido feito apenas com a ponta de um alicate comum e de maneira bem célere.
Demorei em responder e o Hippie voltou a me cobrar: “vamos Guri, me diz o que você acha que é isso ai que acabei de fazer?”. Ainda tímido, resolvi arriscar uma resposta: “Cara, eu acho que isso aqui é o que pode ser chamado de arte”!
Ele sorriu largamente (uma das poucas vezes que o vi sorrindo), pegou a pulseira de volta e me disse: “Guri, então quer dizer que você pensa que sabe o que é arte? Pois eu vou te mostrar agora o que é arte!”. Fiquei meio sem entender, onde ele queria chegar, mas confesso que a curiosidade foi maior que a expectativa e antes que eu terminasse de pedir melhor explicação, o Hippie subiu num dos bancos da praça, (vi que ele estava procurando algo em uma das árvores que ficavam enfileiradas margeando a rua, bem em frente a onde hoje é uma Locadora de Vídeos e o escritório da EBDA), tirou algumas folhas, depois fez um gesto como se quisesse que eu visse o que ele tinha nas mãos, depois começou a enrolar uma das folhas, (como se tivesse fazendo um cigarro), pegou uma tesoura, (era usada para o corte no trabalho), e cortou uma das folhas fazendo uma espécie de pequena tira, e mostrando-me novamente, agregou a tira dentro do tubo de folhas que havia feito antes.
O objeto natural virou uma espécie de apito. Como se quisesse fazer um ritual fez um tipo de saudação chinesa pra mim, (curvando o corpo a frente), depois levou aquele apito à boca, fechou os olhos, e começou a soprar dando formas à mais linda canção em todos os seus tons, que eu já ouvi em minha vida.
Por uns três minutos fiquei ali parado, impressionado, ouvindo, encantado com o som puro e harmonioso que saía daquele apito de folhas.
Ao terminar o sopro musical, o Hippie voltou a fazer o gesto de saudação chinesa e disse: “Tá vendo Guri? Isso que é arte! Não esquece isso nunca! Se alguém, algum dia, te perguntar, se você sabe o que é arte, conte esta história”.

Um dia a Revolução dos Hippies acabou e não sei pra onde ele foi. Mas ficou marcado pra sempre aquele show em minha mente.

1997, cerca de 25 anos depois do fato, já trabalhando como radialista na Jacobina FM. Eu procurava, num final de tarde, uma música para colocar de fundo (que chamamos tecnicamente de background), numas declamações de mensagens de otimismo em defesa da vida que iria fazer durante a apresentação de um programa especial. Lendo umas capas de CDs achei um título que me chamou a atenção: “Dolannes Melody”! Pensei: gostei do título! Resolvi colocar pra tocar. Ao ouvir, foi inevitável!!! Uma lágrima saiu dos meus olhos! Foi mágico! A mente, de forma instantânea, me trouxe de volta à cena! Era exatamente a música que o Hippie havia tocado no apito de folhas há quase 25 anos!!!

CC:
“A beleza e o sentido da vida, muitas vezes, estão nos mínimos detalhes! Observe bem, porque pequenas cenas podem valer mais que filmes inteiros”

José Carlos Benigno
02.11.07

domingo, novembro 04, 2007

Carta aberta aos professores do município de Jacobina



Senhores professores:

Estando assessor de comunicação da Câmara de Vereadores, não pude deixar de perceber a luta dos senhores em busca dos vossos direitos junto ao Poder Legislativo do Município de Jacobina. É perceptível que há algumas questões em que a força política tem atrapalhado, em alguns pontos, a luta e causado morosidade no processo resolutivo dos interesses de vocês. É importante frisar que tenho um carinho especial pela Classe e a consciência tranqüila de que, durante o período em que estive no Rádio, como apresentador de Programas Jornalísticos, procurei fazer minha parte em defesa dos vossos interesses porque vejo a profissão de professor como a base de todas as outras.
Em minha opinião, não se trata de ter ou não alguma coisa contra alguém ou algum dos que estão no poder, é muito mais uma questão de saber ver as coisas como elas funcionam.
Por uma visão metódica, o mandato do vereador é efêmero enquanto que a dádiva de ser professor é vitalícia, ou seja, ninguém vota em alguém pra que este seja um professor.
O professor, por formação, se torna capaz e através de concurso adquire a função.
O político não. Amanhã aqueles que ocupam as cadeiras no poder não mais estarão lá. Enquanto que o professor continuará sendo professor. Portanto é importante saber olhar para a composição não vendo políticos, mas vendo o poder legislativo onde estão sentadas pessoas que podem e têm a obrigação de fazer o melhor pela Classe porque pra isso foram eleitos.
Mas para aprovação de qualquer matéria entra a força regimental, constitucional que manda que seja aprovado pela maioria de votos.
É ai que está o entrave.
A Classe nunca percebeu isso, os professores precisam aprender a ser mais técnicos e menos políticos e até menos partidários nesse momento, nessa questão!
É preciso saber qual a ferramenta que seve para ajustar o “encaixe das engrenagens”! É importante discernir com quem negociar! Ou seja: Onde está a quantidade que pode “assinar” e aprovar nosso Projeto?
Lógico que dimensionando o utópico do real. Nada pode ser constituído de ilusão, se o projeto se constitui de uma utopia, ele não será aprovado em nenhum lugar do planeta! E ai seria uma injustiça querer culpar alguém por isso.
A Classe precisa entender que, embora seja necessário e salutar, bater de frente contra os maus políticos, é em vão tentar bater de frente com o Poder. Infelizmente há uma disparidade nisso. Mas, felizmente, há também o poder que move o mundo e que deve estar a favor de todos nestes momentos: a inteligência!
Se houver por parte das lideranças e até das ideológicas um “jogo de cintura” certamente que hão de haver também muitas conquistas.
É burra a briga onde, de um grupo de pessoas, se escolhe a minoria para tentar fazer sair um grito que supere o da garganta da maioria.
É necessário que vocês entendam que quem aprova não são eles, mas a maioria deles. Então é preciso saber como, e com quem negociar. Vale lembrar que novas lutas virão e certamente, por força da democracia, alguns daqueles que hoje estão lá, ou ainda todos, não mais estarão, mas o professor não terá deixado de ser professor e a regra da necessidade da maioria para aprovar vai continuar.
E novamente se iniciará um novo ciclo.
A pressão utilizada por vocês até aqui, não está ajudando, muito pelo contrário, ela está atrapalhando.
O certo é saber que quantidade deles é necessária para aprovar e depois sentar e pedir a aprovação!!! Não é difícil e não existe segredo nisso.
Fazendo errado, é como um labirinto: quando se tenta pelo lado equivocado o caminho vira uma incógnita.

Espero mesmo estar ajudando, tenho motivos especiais para isso!
Um grande abraço e Boa Sorte a todos!!!!

sexta-feira, setembro 21, 2007

Junto à Primavera, como o bem do bem que fazem as flores!!!!



Findava o dia 20 de setembro do ano de 1985 e ela, já nas primeiras horas da noite, reclamava de dores, os pés estavam muito inchados, o rosto, embora um pouco deformado, não escondia os traços de beleza daquela menina e futura mãe... A noite transcorreu e quase não dormimos pela sua inquietude... Já nas primeiras horas do dia, percebemos que não havia mais como esperar: era chegada a hora do primeiro rebento...
Pegamos algumas coisas; roupas, lençóis, toalhas, sabonetes e todos os utensílios que seriam necessários ao período que já prevíamos para ficar no hospital.
Avenida Central, 60 Bairro da Inocoop. Esse era nosso endereço. Uma simples casa, daquelas ainda do tipo embrião do conjunto na sua originalidade.

Vivíamos um momento difícil, sem recursos, desempregado, injustiçado por algumas pessoas e até um tanto abandonado e incompreendido, causava-me revolta algumas vezes. Por tudo isso aquele momento me deixava meio sem nexo e perdido.
Já eram quase sete horas da manhã do dia 21 de setembro. Finalmente ela termina de arrumar as coisas, eu, impaciente, já não suportava mais esperar que ela, com toda aquela barriga, terminasse de juntar tantas tralhas e arrumar em sacolas. (Até hoje não consigo entendê-la nesse sentido). Ela sempre faz isso, quando precisamos ir à algum lugar.
Finalmente saímos em direção ao hospital que distava cerca de três ou quatro km.
Chegamos ao Antonio Teixeira Sobrinho, os ponteiros do meu Cássio apontavam quase oito horas. O Dr. José Horácio já nos esperava e tomou todas as providências paro o trabalho de iniciação de parto.
Nesse momento começa a aparecer as primeiras características daquele bebezinho que viria ao mundo, e que em alguns casos, essas características persistem até hoje.
O garoto resolve não sair da barriga da mãe. Já estávamos próximos do meio dia e nada... Todos aguardavam ansiosos quando o médico chamou-me e solicitou que eu fosse até um povoado do município, Cachoeira Grande, cerca de 30 ou 40 km, onde naquele momento estava a anestesista do hospital, participando de uma reunião política, (se aproximava mais um período de eleições).
... Sai feito um louco numa pick-up Fiat.
Sempre fui um bom motorista, mas naquele dia não estava dirigindo, mas pilotando, os pneus do carro quase não tocavam o chão, por isso posso dizer que voava a baixa altura, o carro era do meu sogro. Nunca revelei isso a ninguém, mas depois de me perder numa curva, cai de uma altura de quase três metros dentro de um pasto, e posso até dizer que cai de uma nuvem, felizmente, cai com os pneus ao chão. Desci do carro/avião, verifiquei os estragos e percebi que estava tudo em ordem, nada além de um dos "trens de pouso" estourado, vi que o pneu de socorro resolveria meu problema. Como um raio troquei o pneu e “decolei” novamente de dentro do pasto mesmo, quebrei alguns postes da cerca e continuei meu "vôo" em direção a Cachoeira Grande para pegar a anestesista.

Não esqueço a cena: cheguei e a vi num palanque, tentei subir, alguém tentou impedir-me, fiz um sinal e ela prontamente atendeu. Após conversarmos garantiu-me que estaria no hospital a tempo. (não lembro se ela foi comigo ou no carro dela), já no hospital, o fato é que foi uma loucura, já passava da hora prevista, o garoto insistia em não vir ao mundo da forma normal e o parto teve que ser mesmo uma cesariana.
O garoto pesou cerca de mais de 4 kg... Antes disso um pouco, eu aguardava sentado num jardim na entrada do hospital e arranquei, sem ver, quase todas as ervas daninhas... Lembro-me que a ansiedade me fez entrar e sair do Hospital umas 1000 vezes. Olhava o relógio a cada segundo. Depois não consegui me controlar e comecei a contar as pedras de revestimento das paredes do corredor do hospital.... De repente alguém corre em minha direção e anuncia: NASCEU!!!! NASCEU!!!! É UM LINDO GAROTO!!!!! Eu pensei:
“Vai se chamar Murilo, (depois ele colocou mais um “L”), .. mais tarde o avô me pediu que gostaria que se chamasse de Geraldo porque o bisavô, (pai do meu sogro), também havia nascido em 21de setembro e ele gostaria de fazer uma homenagem... Tudo bem! (mas ficou ai os primeiros sinais de que eu não teria domínio total sobre esse cara).

GERALDO MURILLO:
... Acho que tem muita coisa pra contar desta história... Muitas delas você já sabe, mas o que talvez você não saiba, é o tamanho do amor que sinto por você....
Nem poderia, ele é imensurável meu filho!

Parabéns!!!! Que Deus te dê muita saúde, realize todos os seus sonhos e te conceda muitos anos de vida
José Carlos Benigno
21.09.07

sábado, setembro 01, 2007

Aconteceu em minha mente... (Humor)



Um fazendeiro rico daqueles que cria mais de 1000 cabeças, na região do Mato Grosso, lá das bandas do Corino Rodrigues, recebeu a proposta de um grande frigorífico americano que lhe vendeu uma boiada composta entre 250 a 300 mil cabeças com o compromisso de que, ao final de dois anos, depois de engordados ao ponto de abate, seriam vendidos novamente ao mesmo frigorífico. E o nosso fazendeiro, muito autêntico e comprometido em manter sua integridade comercial, disponibilizou os melhores pastos ao que chamou de: melhor negócio feito ao longo dos últimos anos. Chega a época da vendas do gado e ele, já pensando nos lucros que certamente teria, resolveu encomendar um equipamento que era o seu grande sonho de consumo, mas que até então a situação financeira, apesar de bastante controlada, não lhe tinha permitido adquirir tal produto que, sem dúvida, iria resolver o mais grave problema da fazenda: a contagem dos bois. Até então, o problema era resolvido com os préstimos de um velho matuto conhecido pela alcunha de Zé das Contas que fazia a contagem do gado lá pelas bandas da região, mas que nem sempre estava disponível diante da demanda.
Quem é criador sabe a dor de cabeça que representa quando o assunto é contar bois, seja na hora de ferrar, vacinar ou na hora de comprar ou vender. Por menor que seja a boiada haverá sempre uma dúvida se este ou aquele animal já foi contado ou não.
Até então ninguém tinha nada a reclamar do serviço de Zé das Contas que, sem explicar como, sempre apresentava a conta certa dos bois que era chamado a contar. Mas uma coisa era contar 1000, 2000 mil bois, outra, seria contar quase 300 mil bois.
E com o nosso fazendeiro em questão o problema se agigantou diante desta inédita quantidade. Feitos os devidos cálculos dos lucros nosso personagem liga para uma empresa do outro lado do planeta e encomenda a mais nova criação japonesa para a pecuária: O Contador Eletrônico de Bois. Tratava-se de uma espécie de computador com câmera a ser instalado na porteira do curral e, à proporção que os animais iam entrando o equipamento, através de filmagem, faria a contagem.
Aguardado com ansiedade, finalmente chega à fazenda o carrinho dos correios com a maravilha do século: O Contador Eletrônico de Bois. Imediatamente nosso apreensivo fazendeiro recorre aos técnicos que já esperavam há dois dias para instalar a inovação. Era fio daqui, antena dali, pedreiro, eletricista, técnicos em computação, carpinteiro que fazia cobertura para o equipamento, outros cavavam o chão para aterrar os suportes, tinha mais gente envolvida no caso que casa de prefeito desonesto fazendo manobra quando recebe uma verba federal. Enfim todos trabalhavam para que tudo começasse a funcionar, afinal estava prevista para o próximo dia a chegada dos proprietários do frigorífico americano lá do início da nossa conversa.
È chegado o grande dia! Tudo pronto, compradores presentes, e vamos tocar aquele mundo de gado nelore para o curral.


O chão, visto de cima de uma arvore, parecia uma grande nuvem branca a baixa altura de tanto gado branco! Uma loucura!! A cor do gado se misturava com o verde dos pastos que mais parecia a torcida do palmeiras em jogo final com o Guarani de Campinas. Um verde e branco majestoso!!!! E vamos testar o equipamento, (se não a gente não termina esta história nunca), começa a luta dos vaqueiros para tocar o gado em direção à porteira do curral onde estava instalada a parafernália eletrônica que confirmaria a quantidade de bois anotada pelo fazendeiro em seu controle. Só ele sabia dos 250 a 300 mil bois, quantos exatamente ali estavam. Já passavam quase 30 minutos do momento em que os primeiros nelores entraram e o equipamento mostrava na tela pouco mais de 300 bois dentro do curral. Era um sucesso, os olhos do fazendeiro brilhavam de felicidade ao ponto do mesmo sonhar com a cifra que até poderia lhe facilitar uma candidatura a prefeito do município. De repente o inesperado acontece: Um boi, (quem cria gado nelore sabe como é), resolve saltar mais alto e com a cabeça quebra todo o equipamento. Pedaços de computador espalharam-se num diâmetro de dez metros!!!!! Foi um desespero!! Nosso fazendeiro entra em pânico por dois motivos: O caro equipamento tinha ido para as cucúias e como poderia ele confirmar para os empresários a quantidade de componentes da boiada. Sem isso não haveria a conclusão do negócio consequentemente não haveria o tão esperado lucro. Todos estavam atônitos sem saber o que fazer, até que alguém lembrou: “Chama o Zé das Contas para terminar de contar o gado”! Em princípio houve um repúdio, alguém retrucou falando que o Zé não seria capaz de contar tanto gado. Depois de várias discussões não sobrou outra opção senão chamar o contador humano. E surgiu a partir daí a curiosidade de como que o Zé consegue contar tanto gado em relativo tempo comparado com o que a máquina havia contado em meia hora? Chamaram o Zé. Após as devidas apresentações e limpeza do local, Zé se colocou na plataforma onde antes havia sida instalado o contador eletrônico e solicitou dos vaqueiros que voltassem a tocar o gado para o curral. E o mundo ficou verde e branco novamente!! Uma loucura mesmo!!! Os bois passavam pela porteira como foguetes!!!! Mal dava para perceber a quantidade do tráfego. A porteira media cerca de cinco metros de largura e cabia mais de seis bois, mas o que confundia era a velocidade com que os animais passavam pelo local onde o Zé permanecia sentado de olhos fitados para baixo sem bater as pestanas e assim ficou até que, ao final de três horas, o último animal entrou no curral.
Por alguns instantes o Zé fechou os olhos e fez alguns gestos com os dedos. Todos estavam apreensivos. Zé, abre os olhos, solta um suspiro e dispara a soma: 297.365 bois passaram por aqui. O fazendeiro imediatamente pegou sua agenda e conferiu a quantidade. Para a surpresa dele e de todos que olhavam ansiosos, ele gritou!!!! Ta certo!!!! Ta certo!!!! É isso mesmo!!!! O Zé tá certo!!!!! Ele acertou!!!!!

Diante daquela incrível e inexplicável façanha do Zé, as curiosidades eram de todos: Saber como ele havia feito aquilo? Como havia conseguido contar corretamente os bois naquela velocidade em que os animais passavam pela porteira? E naquela quantidade, como não perdeu as contas?

Questionado o Zé finalmente revelou seu segredo profissional:

“É fácil, eu conto o rabo e as pernas e depois divido por cinco”

José Carlos Benigno

domingo, agosto 12, 2007

IMPARCIALIDADE



Certa vez um famoso editor de um diário paulistano encomendou ao seu melhor jornalista uma matéria especial.
- Quero uma matéria imparcial, neutra, independente, sobre o presidente da República.
Aí, o jornalista, com seus mais de 20 anos de janela, indagou, entre atento e sarcástico:
- Mas o senhor a quer contra ou a favor?

Você pode encontrar um jornalista, um escritor ou um radialista imparcial, mas certamente não vai encontrar, por inteiro, um jornal, revista, rádio ou canal de TV ou outro meio qualquer, imparcial.
Quando ouvimos uma crítica direcionada a algum político ou grupo, em qualquer meio de comunicação, seguramente, afirmo que ali existe um objetivo. E quando ouvimos um elogio direcionado, fique certo que alguém está pagando o preço.
Alguns profissionais de comunicação aceitam ser “obrigados”, para merecer o salário, a atender tais interesses. Para fazer justiça, necessário se faz dizer que inúmeros motivos podem os levar a tais condições. Tenho um amigo que afirma que: “a miséria corrompe”. Talvez ai a grande explicação para que, com justas exceções, algumas empresas de comunicação, paguem tão mal aos empregados e assim os mantenham num patamar de miséria submetendo-os a tais condições.
Esta é a regra, assim acontece e quem é do ramo fica entre o ditado: “ame-a ou deixe-a”. Eu, ainda, prefiro a preservação ao bom senso e até a busca de novas alternativas.
Desde que atenda seus interesses, um meio de comunicação qualquer pode ser imparcial. Classificaria de hilário saber de um canal qualquer: “aqui somos imparciais”.
Asseguro, pela experiência adquirida ao longo dos anos como comunicador, que verdadeiramente isso não existe. Todo canal de comunicação é instalado em defesa dos interesses de alguém. Se assim não for, será por meros interesses financeiros objetivando lucro, a exemplo de qualquer empresa comercial; e como tal, a organização vai precisar pagar suas contas.
Meu sábio, e já saudoso, avô, propagava que; “Quem não herda, enrica é m....”; “Quem trabalha não tem tempo para ganhar dinheiro”; e por ai vai. O problema é que há os que não herdaram e que também não podem parar de trabalhar, mas ainda assim querem a qualquer custo ficar ricos ou mais ricos.
Em princípio, as empresas de publicidade e comunicação teriam que sobreviver da venda do que eu chamaria de publicidade comercial. No entanto, admito; disso, é muito difícil um canal de comunicação conseguir pagar suas contas. O preço é muito para quem paga, e pouco para quem recebe. Sendo assim, para engordar o faturamento, os donos, sem opção, visam conseguir, exatamente das “propostas” a atender os “interesses” de algum projeto político ou de alguém que esteja administrando, por coincidência, a coisa pública.
Em síntese: Quando resolverem pagar o valor, a imprensa definirá o lado para o qual agirá de forma imparcial.
O preço disso não é pequeno, e o pior é que acaba sobrando para o povo que fica, além de tantos outros desfalques, mais uma vez, subtraído de melhores investimentos em áreas importantes como saúde, educação e bem estar social.
Quando você ouvir um meio de comunicação batendo em algum político caberá uma ou mais das alternativas a seguir:
1- Trata-se de um adversário político do dono;
2- Existe uma proposta financeira de publicidade sendo analisada;
3- O fato é verdadeiro, mas deixará de ser, no momento certo, pelo preço certo.
A questão maior é: de quem é a culpa? Até quando a imprensa vai agir assim?
Embora existam diversas vertentes para responder tais perguntas, afirmo que enquanto um meio de comunicação tiver dono, não haverá imprensa imparcial.
Diante do exposto, aproveito a oportunidade para deixar um conselho aos colegas de profissão para que não tenham que em algum momento engolir alguns sapos ou passar constrangimentos por afirmações impensadas. Muito cuidado ao pronunciar a frase, “Aqui somos imparciais”. O correto seria, para regar e servir melhor a consciência, dizer: “Eu procuro ser imparcial, mas será que eu posso?”.
Infelizmente é assim.
Amigo leitor,
Até quando você acha que duraria o emprego de um profissional de comunicação que atendesse ao meu conselho?...
Então, quando você ouvir ou ler a famosa frase: “aqui somos imparciais”, perdoe o profissional.
Em nome da classe eu agradeço.

José Carlos Benigno é radialista.

sábado, julho 14, 2007

JACOBINA 306 ANOS DE OURO, 127 DE EMANCIPAÇÃO E QUANTO DE APROVEITAMENTO?


Poucas pessoas não tiveram o privilégio de assistir filmes que diziam respeito ao velho Oeste americano.
Inúmeros títulos nos fazem relembrar e até nos remotam ao romantismo da época do extinto Cine Payayá. Dólar Furado, Red River, Sete Homens e um Destino, Pânico no Arizona, Assim Foi o Oeste e centenas de outros que exemplificariam em seus enredos a época que me inspirou para o conteúdo desta crônica.
O curioso, é que nas histórias da maioria dos filmes do gênero o ouro acaba e aparece sempre uma Mina e uma cidade vazia, abandonada porque o seu povo, sem alternativas, evadia-se em busca de outros locais para buscar sobrevivência.
Desde criança, (e olha que já faz muito tempo), sempre me perguntei: por que as cidades das minas nos filmes, em sua maioria, sempre apareciam abandonadas?
Lembro-me que, nos enredos, a briga entre os “sócios das minas” acontecia sempre porque havia discórdia sobre quantidade de ouro que era extraída.

No dia cinco de junho do ano de 1997, por volta das 12h45m, uma quinta-feira, a cidade de Jacobina viveu algo curioso em relação aos fatos narrados:
Um avião decolou da cabeceira 14 da pista de Jacobina, com destino a Salvador. Teria sido apenas mais um fato de rotina, no aeroporto, mas imediatamente após a decolagem, a aeronave iniciou uma curva acentuada à esquerda e, logo após, a baixa altura, perdeu o controle em vôo e colidiu com um poste de energia elétrica, que fica ao lado da BR que margeia a pista do aeroporto, e, após, com o solo. Como conseqüência dos impactos os quatro ocupantes faleceram no local.

Segundo o laudo pericial da Anac, Agência Nacional de Aviação Civil, (na época DAC), “a hipótese mais provável para a ocorrência do acidente foi a falha do motor esquerdo por falta de alimentação de combustível, pois a aeronave decolou de Salvador para Jacobina com a seletora de combustível em “interno”. O tempo de vôo até Jacobina foi acrescido em 50 minutos, em decorrência das condições meteorológicas adversas. Em Jacobina, o mecânico da aeronave realizou um cheque no motor esquerdo, girando-o por cinco minutos e, em seguida, foi iniciada a decolagem às pressas para Salvador, para que a carga fosse embarcada para São Paulo às 15:30”.

Parece que havia determinações em função de algo muito importante na carga que a preocupação confundiu o raciocínio dos pilotos e deixou uma única opção aos tripulantes: decolar, para atender o horário, ainda que isso custasse suas vidas.

O detalhe: a carga a que se refere o laudo pericial da Anac era ouro, puro ouro maciço e era rotina um avião decolar semanalmente do aeroporto de Jacobina com destino até então ignorado pela população, mas sabendo-se que naqueles vôos semanais levavam a produção do ouro que era extraído durante cada semana.
Informações não oficiais, na época, davam conta que a mina extrairia cerca de 80 kg semanalmente, o fato é que curiosos teriam constatado, pela quantidade de barras que foram encontradas nos destroços do avião logo imediatamente ao acidente, que mais de 200 kg do valoroso metal estariam sendo transportados. Como poderia estar ali a produção de mais de uma semana se todas as quintas-feiras um avião levava a carga?
O Fato nos leva a um questionamento que coincide com as discordâncias da era dos filmes americanos no que diz respeito a quantidade de ouro extraída. Ao que parece o mito acompanha, também, o precioso metal amarelo de nossa terra.

Da ficção para a realidade nossas minas estão sendo exploradas por multinacionais há muitos anos, e sempre com as mesmas incógnitas: Verdadeiramente, quantos quilos de ouro se extraem de Jacobina? Quanto a empresa operadora recolhe de impostos ao nosso município? O valor recolhido é real ao que se extrai? Quem fiscaliza isso? E para finalizar, quem se preocupa com isso?
Já é mais que hora de haver uma preocupação.
Antes que a Mina de Ouro de Jacobina seja esgotada totalmente e se torne uma mina abandonada, a cidade sofra os impactos econômicos negativos os quais já nos serviram de experiência negativa num passado não muito distante, rogamos as autoridades ações para obtermos as respostas as perguntas acima e caso sejam procedentes em relação aos fatos sejam tomadas as devidas providências para que a partir dos 127 anos de emancipação política Jacobina possa finalmente tirar o merecido e real proveito dos valores que verdadeiramente lhe cabem e lhe são de direito, afinal foi no ano 1701 que se descobriram as primeiras minas de ouro por aqui, e, após mais de 306 anos ainda não sabemos quanto temos ou quanto representa para nossa economia o ouro que daqui sai, e de que forma, verdadeiramente, a cidade pode ser beneficiada com o os frutos da semente que deu existência a nossa história, a nossa gente.

Qualquer semelhança com os filmes do velho oeste americano será mera coincidência!

José Carlos Benigno 14.07.2007

quarta-feira, junho 27, 2007

OS CONGRESSISTAS TAMBÉM AMAM


O polêmico e mais recente episódio, que tem como palco o Senado brasileiro, envolvendo o presidente da Casa, o senador Renan Calheiros, tem sido o prato principal da mídia que precisa de notícia, e esta, sem dúvida nenhuma, é um prato cheio para os jornalistas. Em que pese o fato das suspeições de favorecimento a um lobista em torno do caso, o foco tem sido mesmo é a bela jornalista que acabou não resistindo à “beleza” (do gordo salário) do senador em questão.
E parece que este não é o caso que inaugura o assunto no Senado nem também é a primeira vez que os que deveriam apurar os fatos dessa natureza estão querendo tirar o braço da seringa. Quem não se lembra de semelhante episódio envolvendo o então senador Fernando Henrique Cardoso, que também não resistiu aos “dotes jornalísticos do sexo oposto” e resolveu degustar um suco de saliva de mais uma apetitosa jornalista da Rede Globo? E já naquela época todos ficaram sabendo; mas, a exemplo do caso de agora, ninguém quis apurar os fatos; e ainda foram muitos os que cercaram Fernando Henrique Cardoso, e sua “degustiva extraconjugal”, de uma blindagem que acabou levando a princesa e o seu rebento a morarem na Espanha com direito a milhares de reais, bancados de alguma forma, talvez, por nós, para garantir à princesa uma vida de rainha.
Nós, brasileiros, não devemos nos acomodar diante de tais fatos; mas estamos habituados a ver e ouvir os mais aberrantes e hilários acontecimentos envolvendo os políticos da nossa grande Nação. O governo Lula, parece, já nos garante, seja, o que mais investigou tais episódios. Temos visto todos os tipos de casos políticos: investigados, processados, cassados, presos e até, direitos políticos cassados. É comissão de ética para investigar tudo que se pode imaginar, desde outrora, uma curiosidade do senador Antônio Carlos Magalhães, que, na época, lhe custou a renúncia ao cargo (inclusive com a descoberta de mais um affair que envolvia a senadora Heloísa Helena, à época do PT, com o então senador Luiz Estevão), passando, já agora no governo do PT, por investigação de mensalinho, mensalão, derrubando muita gente grande (até o mentor “Che Guevara” de Lula), dinheiro na cueca, até a investigação do porquê o transponder não funcionou e supostamente controladores de vôo são responsáveis pela morte de 154 pessoas vítimas de queda do avião da Gol, registrado como o maior acidente aéreo da história da aviação brasileira.
Diante de imorais incidentes, a pergunta que devemos fazer é: por que temos gente com coragem para investigar tanta coisa errada, inclusive as que ferem na própria carne, como disse o presidente, e esta mesma gente, não quer investigar os casos alusivos a “Romeu e Julieta” dos colegas no Senado?
A resposta a esta pergunta talvez esteja melhor explicada num caso que li certa ocasião sobre Mahatma Gandhi: Conta o escritor que certa vez uma senhora, após convencida de que não seria capaz de retrucar o seu filho, foi aconselhada a levar o menino até o grande mestre para que o mesmo fizesse com que o jovem parasse de comer açúcar. Lá chegando, a genitora explica a Gandhi sobre a presença dela ali e pede ao mestre que solicite ao menino que pare de comer açúcar. O mestre fita os olhos na criança por alguns instantes e depois se vira para aquela desesperada mãe, pede que traga a criança na próxima semana, e volta a meditar.
A mulher fica decepcionada, sem entender aquela atitude do guru, mas, em se tratando do grande mestre, resolve obedecer, voltando uma semana depois. Assim que ela entrou na tenda, Gandhi determinou à criança em tom de voz firme: “Meu filho, pare de comer açúcar!”
O garoto obedece e promete nunca mais comer açúcar. A mãe resolve indagar: “Mestre, por que já na semana passada não mandou que ele parasse de comer açúcar?”
O mestre responde: “Minha senhora, na semana passada, eu também não conseguia parar de comer açúcar.”
A mensagem nos leva a questionar: será que a maioria dos nossos congressistas não está comendo açúcar demais? Acredito que com tantas apetitosas jornalistas, “escolhidas a dedo”, de olho na “beleza” (dos gordos salários) dos senadores, ainda vamos levar algum tempo para que nossos representantes no Congresso tenham coragem, e, sobretudo, consciência tranqüila, para determinar a algum colega em tom de voz também firme: “Determino que vossa excelência pare de ‘comer tanto açúcar’”... (Ou outra coisa em questão).
Talvez seja oportuno plagiar, também, o que disse o grande mestre, o rei dos reis, até mixando um pouco: “Quem dos congressistas tem a coragem de atirar a primeira pedra? Que atire aquele que não errou por amor!”
Que atire a primeira pedra aquele que não mandou, por intermediário, cem mil reais ou outro valor qualquer, para o pagamento da pensão alimentícia... Enfim um assunto que silencia o barulhento plenário do Congresso Nacional...
Ainda que exista uma hierarquia a ser respeitada, parece que a determinação vem dos ministérios; se você duvida, rememore a recente frase da ministra Marta Suplicy: “Relaxe e goze”...
Pelo visto a ordem do dia, e extensiva ao mandato, é obedecer...

*José Carlos Benigno é empresário e radialista.
26 de junho de 2007.

sexta-feira, abril 13, 2007

DISCURSO PROFERIDO NO PLENÁRIO DA CÂMARA DE VEREADORES DE JACOBINA, DIA 11.04.2007, EM DEFESA DO MEIO AMBIENTE


Senhor Presidente, Senhores Vereadores, Sras. Vereadoras, demais membros desta casa, público aqui presente:

Durante a última semana a imprensa divulgou um relatório da ONU que nos trouxe informações preocupantes e estarrecedoras:

Anotei alguns tópicos:

- O nível do mar pode subir de maneira catastrófica nos próximos séculos se os gases de efeito estufa continuarem a subir no ritmo atual.
- Ainda sobre o tema um outro estudo publicado na revista especializada Science sugere um patamar que poderia provocar um aumento do nível do mar de vários metros e que pode ser alcançando antes do fim deste século. Centenas de cidades costeiras desapareceriam engolidas pelas águas do mar.
- Em relação aos recursos hídricos do planeta, dois em cada três habitantes estão ameaçados com a escassez de água até 2025.

- A Floresta Amazônica pode ter seca extrema a partir de 2071.


Sr. Presidente:

Apesar de não ser filho de Jacobina sou um apaixonado por essa terra. Seguramente existe algo mágico aqui, Sr. Presidente!

Jacobina é uma cidade contemplada com uma situação Geográfica privilegiada, circundada por cadeias montanhosas que nos proporcionam um clima agradável e nos prerrogam valores que outras regiões certamente gostariam de ter, mas estamos, a exemplo do resto do mundo, diante de uma situação que, se não tomarmos as devidas providências, nosso futuro não nos garante essas prerrogativas.

Entendo, Sr. Presidente, que esta casa pode e deve interceder com medidas que seguramente podem nos garantir dias melhores nesse sentido.

Acredito que muito pode ser feito.
O que passo a narrar é apenas fruto da minha vaga lembrança momentânea e acho que a partir de então poderemos, juntos, enriquecer o tema com a colaboração de Vossas Excelências.

É importante alertar que devemos ter o cuidado pra que essa preocupação não nos torne demagogos ou não emperre na demagogia, e seja esquecida já no começo, não passando apenas da força emocional que nos move por tudo que estamos vendo e ouvindo na TV e em outros meios de comunicação a respeito das catastróficas mudanças climáticas, quem vêm doravante, conseqüentes das ações nocivas de parte dos habitantes desse planeta.

Sr. Presidente:
Cuidando da nossa terra, e melhorando a consciência da nossa gente, já estaremos, ainda que não seja o suficiente, dando uma grande contribuição no cumprimento da nossa parte.

Começaria lembrando a quantidade de pessoas que trabalham nas pedreiras, localizadas, no Alto da Serra do Tombador e desenvolvem uma atividade que, por ser realizada sem nenhum critério, vem causando sérios prejuízos ambientais.

Diversas nascentes estão morrendo por conseqüências do desmatamento e do deslocamento das pedras, feitos para facilitar e aumentar a produção ali almejada.

É importante lembrar que centenas de famílias conseguem seu sustento dessa profissão, e quero deixar bem claro Sr. Presidente, que não estou propondo acabar com a atividade, mas é preciso fazer um estudo mais criterioso, no sentido de organizar a extração para que amanhã não sejamos vitimas das respostas da natureza a exemplo do que está acontecendo no restante do mundo.

Outro problema grave que esta casa deve interceder com urgência; sou também um pequeno agricultor/pecuarista naquela região e tenho sido testemunha ocular, da ação nociva do homem que vem desmatando aceleradamente, sem nenhum critério, acredito que, por falta de apoio e de conhecimentos acaba não fazendo o devido reflorestamento; e essa situação não é única da Serra do Tombador. A madeira extraída é vendida de forma ilegal e serve para alimentar as cerâmicas, instaladas em nosso município que compram toda produção que de lá, e de outros locais, é subtraída.

Os pecuaristas, da região que fica abaixo da Serra, alguns por falta de informação, cultura, outros até conscientes da ação e ai caracteriza irresponsabilidade, praticam as chamadas queimadas de pastos, essa atitude tem causado sérios prejuízos não só ao meio ambiente, destruindo a flora, como também aos proprietários de terras que ficam no alto da serra, pois o vento sopra favorável aos acidentes, e são inúmeros já ocorridos naquela região, registre-se ainda que milhares de animais morrem queimados, todos os anos, durante o abominável período das queimadas.

Os caçadores são autores de outro problema gravíssimo, um atentado a nossa fauna. Crimes bárbaros cometidos contra as diversas espécies de animais que habitam o Portal da Chapada Diamantina. Veados, Cutias, tatus, tamanduás onças, e várias espécies exóticas serão, em pouco tempo, praticamente extintos da região se providências urgentes não forem tomadas.

Precisamos fazer valer o Código do Meio Ambiente. Cobrar do Poder Executivo e até do Judiciário uma ação mais eficaz no sentido de fazer valer aquilo que lá está escrito.

É preciso implantar o reflorestamento de nossas serras urgentemente, quem foi criança em Jacobina, sabe como é saudoso lembrar as colheitas do Cambuí, fruto nativo que está sendo extinto pela malvada ação irresponsável daqueles que ateiam fogo na vegetação das nossas montanhas, seguramente, pela certeza da impunidade oriunda da falta de uma ação mais eficaz por parte dos poderes constituídos, não cumprido as leis que devem ser aplicadas a aqueles infratores.

Enquanto radialista defendi a criação de uma guarda florestal em nosso município, entendo que só dessa forma teríamos pessoas treinadas e capacitadas para o combate aos infratores e na defesa do nosso, riquíssimo, patrimônio ecológico.

E nesse caso, Sr. Presidente, me conforta o fato de Já existir meio caminho andado haja vista temos, de forma voluntária, o Grupo Ecológico Serra Verde que faz um trabalho exemplar, jovens que dedicam e arriscam suas vidas no combate a incêndios criminosos contra a fauna e a flora de nossas serras.

Sei das dificuldades burocráticas que Vossas Excelências enfrentariam no momento da criação de um projeto de lei como esse que legalizaria, com um maior aprofundamento naquilo que compete ao fator institucional, o Grupo como Guarda Florestal, já que estaríamos alterando as finanças da Prefeitura!!! Mas diante da importância do tema no momento, pediria as Srs. Edis que pensassem com carinho no assunto, ainda que o projeto tenha que partir do executivo municipal em virtude da alteração orçamentária nas finanças do município.

Não tenho conhecimento se já existe, mas em caso negativo, sugiro aos Srs. Vereadores um projeto de lei que implante com urgência e de forma obrigatória a matéria Educação Ambiental, nas escolas do nosso município, principalmente, nos períodos de ensino fundamental, onde estaríamos assim plantando uma consciência mais responsável nos nossos jovens e contribuindo para uma melhor qualidade de vida dos nossos sucessores, e ainda, criando guerreiros do futuro para defesa do meio ambiente. Seguramente daríamos um exemplo ao resto do País Senhor Presidente!

Jacobina tem ainda, dois presentes, dádivas divinas, os rios do Ouro e Itapicuru.

O alerta da ONU nos trouxe a informação que até o final do século, as alterações climáticas farão com que a escassez de água afete entre 1,1 e 3,2 bilhões de pessoas, com um aumento médio de temperatura na ordem de 2 a 3 graus.
E nós aqui, inconscientemente, estamos contribuindo com essa previsão, matando um pouco a cada dia essas fontes de vida que temos chamadas de: Rios do Ouro e Itapicurú. Já é mais que a hora de acordar!!!!!!!!

Sabemos das obras, de saneamento básico, que estão sendo realizadas em nossa cidade, fruto da cobrança organizada da sociedade local como um todo em parceria com esta casa, fato que certamente ajudará na recuperação e preservação desses rios, mas lamentavelmente, toda população é conhecedora da morosidade dessas obras. Esta casa precisa cobrar celeridade dos responsáveis na execução dos serviços!

Sabemos ainda que, de forma lamentável, o investimento não será suficiente para atender a real necessidade que garantiria a vida dos rios já desta feita. Muito ficará por fazer. Vejam Srs. Vereadores lembrem-se! Quantos anos foram necessários para despertar a sensibilidade de alguém, esperaremos mais quanto tempo? 100 anos? 200? Até que alguém possa nos contemplar novamente com os valores para a realização do restante das obras?
Entendo que não devemos nos contentar com tal feitio, é nosso dever, enquanto cidadãos, e de Vossas Excelências como autênticos representantes do povo, cobrar dos políticos que representam essa região nas esferas estadual e federal a alocação dos recursos necessários para que definitivamente tenhamos, todos os esgotos que hoje correm em direção a essas duas veias importantes para a vida do povo de nossa cidade tomando outro curso, e os rios tenham, por fim, suas vidas garantidas, ao menos, as gerações futuras.
É necessário lembrar que a população terá sua parcela de responsabilidade. Entra a partir daí, os poderes locais, com um trabalho de conscientização da sociedade no sentido de preservar as nascentes, os leitos e as matas ciliares.
Estudos comprovam que a preservação e a recuperação das matas ciliares, aliadas às práticas de conservação e ao manejo adequado do solo, garantem a proteção de um dos principais recursos naturais: a água.

Temos outro patrimônio fabuloso em nossa geografia denominado de Lagoa de Antonio Teixeira Sobrinho, sugiro aos nobres Edis que indiquem em caráter de urgência ao poder executivo a necessidade de incentivar o reflorestamento da referida lagoa através da doação de mudas florestais nativas e frutíferas aos ribeirinhos; a medida certamente ajudará na sua proteção como também garantirá no futuro o nível de suas águas por um período mais prolongado. E aqui Sr. Presidente, poderíamos colocar o reflorestamento da Lagoa, como atividade de currículo escolar o que facilitaria o aprendizado na prática e ainda desoneraria o município de custos de mão de obra, em que os próprios alunos plantariam as árvores e ganhariam consciência sobre a importância da preservação ambiental. Essa atividade poderia, inclusive, ser estendida ao reflorestamento das nascentes.

Ainda como sugestão aos senhores vereadores; indicar ao poder executivo, (e cobrar), a necessidade de se fazer um levantamento das principais nascentes em nosso município para, depois de catalogadas, pudessem ser reflorestadas e acompanhadas para garantirmos assim a preservação da biodiversidade e do patrimônio genético da flora e da fauna o que ajudaria buscar um equilíbrio biológico duradouro, principalmente em nossas serras, essencial a uma melhor qualidade de vida pra todos nós.

Sr. Presidente: como vemos, existe muito a ser cobrado e muito a ser feito, mas acima de tudo, existe algo com um valor muito maior que qualquer afirmação ou cobrança, que eu, ou qualquer um de nós possa fazer nesse momento, algo de uma importância imensurável pra se pensar quando o assunto é esse estando no nível em que se encontra:

Está em jogo nosso futuro! Sem isso, fatalmente, ele não existirá! Está em jogo, a vida de cada um de nós!!!

Existem muitas outras questões que carecem de debates em Jacobina por esse aspecto ambiental, mas em nome do tempo, devo parar por aqui, Sr. Presidente, esperançoso de que meu alerta possa servir como pontapé inicial para uma discussão que, sem dúvida nenhuma, merece toda nossa atenção e que dará maior valor ainda a esta casa por sair na vanguarda de tão nobre causa, a exemplo de tudo de mais importante que passou, de forma atenuante, por esse plenário ao logo de sua história.

Finalizo minhas palavras, com uma frase que me veio à mente, alguns anos atrás, na cidade de Ourolândia, numa palestra que ministrei para alguns jovens que na oportunidade adentravam a faculdade, frase esta que foi adotada pela, então, secretária de educação, daquele município, a professora Alessandra Vasconcelos, e acabou virando tema da educação por lá:

“A cidade que mais cresce não é aquela que aumenta o número de suas casas, mas a que melhora a consciência do seu povo” (José Carlos Benigno).

Muito obrigado Sr. Presidente!

Jacobina Ba, 07/04/2007
Sala das Sessões, 11 de abril de 2007

domingo, abril 16, 2006

Suando na Universidade


LIDERANÇA CONTINGENCIAL
(Para a Unopar - Universidade Norte do Paraná)


O Conceito de liderança situacional se baseia no princípio de que o estilo de liderança a ser utilizado depende mais da situação que da personalidade do líder.
JORDÃO, Sonia . A ARTE DE LIDERAR, Belo Horizonte 2004.

O líder deve ter presente a integridade pessoal que vem do envolvimento com a verdade e a disponibilidade em servir aos outros, bem como estar atento à situação em que se encontra para que possa adotar soluções adequadas.
Andrea Regina H. Cunha Levek; Nancy Malschitzky, LIDERANÇA


Buscando informações sobre o tema e consultando diversas obras sobre o assunto, verificamos que nesse tipo de liderança, (contingencial), não há um perfil ideal de líder nem estilo ideal de liderança.
O que se percebe de forma mais racional é que a liderança contingencial acontece numa adequação a cada situação para se conseguir obter os melhores resultados organizacionais.
Não encontramos em nenhuma das obras lidas quem afirmasse existir um modelo eficaz em todas as situações.

A política da empresa, as tarefas determinadas, as ideologias, as expectativas e principalmente a desenvoltura dos colaboradores quer seja por experiência ou inexperiência, devem influenciar diretamente no comportamento e nas tomadas de decisões de um líder situacionista.
É perceptível que um estilo de liderança adequado para um funcionário novo e inexperiente provavelmente não dará certo com uma pessoa experiente.
Tanto é que sabemos de pessoas que são lideres em algumas situações e em outras não.

Algumas qualidades são relacionadas a situações mas outras são encontradas em lideres. (JORDÃO, Sonia. A Arte de Liderar 2004)

Verificamos uma unanimidade de pensamento em relação a concordância de que os líderes e colaboradores precisam uns dos outros para conseguir atingir os objetivos propostos.
Nesse caso é importante saber quando empregar determinado estilo e com quem aplicar.
Deve existir uma variável de ações do líder em função do conhecimento do colaborador.
Observamos também que é de extrema importância para o líder a renovação do conhecimento técnico e profissional já que o mesmo faz parte do desenvolvimento de quem busca crescer.
Será através desse investimento em si mesmo que fará suas capacitações e atualizações em relação a velocidade da mutação dos novos conhecimentos. Entretanto, somente o conhecimento técnico e profissional, não será suficiente para a manutenção da liderança.
A liderança me parece uma característica a ser aguçada, regada, desenvolvida.
Posso afirmar segundo o que até aqui já ouvi e aprendi, pela influência da Unopar, que um líder não nasce pronto.
Já acredito que para ser líder é indispensável o gosto pela gestão de pessoas e de uma forma mais complexa o gosto pelo comportamento humano com interesse em ajudar na modificação, para melhor, das pessoas.
Num esclarecimento maior digo ainda que num modelo de liderança situacional o líder não fica pronto nunca, deverá haver um comportamento adequando sempre as diversas situações e posso citar como por exemplo: quando há a entrada de novos colaboradores na empresa, ou quando algum colaborador recebe uma nova determinação.
Segundo Peter Drucker, Nesses casos, é necessário que haja muita supervisão e pouco apoio por parte do líder no desempenho das atividades dos colaboradores.
Estes precisam ser dirigidos até atingir os objetivos previamente elaborados, pois necessitam de direcionamento constante para a realização de suas tarefas até a convicção de que as mesmas estão sendo realizadas com segurança.
O líder agindo como orientador ao perceber que seus colaboradores precisam de ajuda, deve orientá-los e estimulá-los a perceber as novas necessidades, e repassar seus conhecimentos incentivando-os ao raciocínio de novas idéias.
O estilo de liderança com apoio é adequado quando os colaboradores já realizam suas atividades, mas ainda de forma insegura, precisando de apoio para a boa desenvoltura da realização de determinadas tarefas.
Nesse caso, a necessidade de supervisão é muito pouca.
Ai entra , então, a contingência do estímulo à aprendizagem, apoiando as pessoas de maneira a aumentar seu grau de segurança com relação a suas habilidades e capacidades, tornando-as autoconfiantes.

Em síntese:
Percebemos que num mundo onde a promoção da valorização das pessoas passou a ser uma das ferramentas primordiais para o sucesso da gestão empresarial, a liderança contingencial é verdadeiramente uma ferramenta do êxito para líderes e organizações que militam em um mundo de constantes mudanças, de extrema velocidade do conhecimento e de novas tecnologias.

“Hoje, virtude é o bom uso de qualquer qualidade individual: o silencio é uma virtude, assim como é uma oratória. Portanto, o que faz com que os outros percebam em nós uma determinada virtude não é a definição da palavra. É o seu resultado prático”. (Max Gehringer)

“A tarefa do líder é transformar-se na fonte de energia que impulsiona os outros”. (Tom Peters)

“Se há algum segredo de sucesso, consiste na habilidade de aprender o ponto de vista da outra pessoa e ver a coisas tão bem pelo ângulo dela como pelo seu”. (Henry Ford)

“A cidade que mais cresce, não é aquela que aumenta o número de suas casas, mas a que melhora a consciência do seu povo”. (José Carlos Benigno)

sexta-feira, março 24, 2006

Porque deixei a profissão de radialista


Prometi a mim mesmo que não falaria sobre isso, contudo diante de tantas insistências, principalmente pelo público e os amigos que merecem meu respeito, vou sinteticamente esclarecer o fato de ter deixado, acredito que temporariamente a profissão de radialista:

A quem quiser conquistar o respeito na profissão, na área de jornalismo, alerto que é preciso ter dedicação, paciência, capacidade, conhecimento, informação, coragem, compromisso com a verdade, desprezo a ganância financeira, carisma com a população, saber muito sobre as reais necessidades da região que você atinge e o principal: ter dom pra afinar o “violão” para os ouvidos dos ouvintes.

Existe gente que tenta, tenta, tenta e não consegue criar seu espaço. Imita por falta de criatividade, se faz de santo pra ser visitado, veste-se de padre pra namorar freira, pendura a bíblia no pescoço, constrói igreja, recupera a história de Jesus, enfim, tenta enganar da maneira que aprende e pode para conquistar o público. Mas ai, além dos ingredientes que citei no parágrafo anterior, falta a alfabetização.

Entra nesse ponto o mérito da questão:
"Bom, se não consegue seu objetivo enganando o público, derruba quem está no topo e fica com o espaço dele".

Síntese:

Antes que alguém me derrube, eu alerto sobre lobo em pele de cordeiro, ofereço um espaço ao incompetente e começo uma nova caminhada crescendo, não para os lados, mas para cima onde o céu é o limite.

Se voltar um dia, chegarei lá mais uma vez, vencendo sem derrotar ninguém.

Para os amigos:
Voltei a administar minha empresa, AUTO CENTER JOTACÊ. Rua da Saudade, 151 - fone 3621 0039 - Injeçaõ Eletrônica em autos, mecânica em geral e recuperação de pára-choques é o nosso forte.

Visitem-nos.
Um forte abraço.

domingo, março 19, 2006

A Força do Poder


O dicionário define a palavra poder como: ter a faculdade, a possibilidade de ou a autorização para; ter força para; ter ocasião de; dispor de força ou autoridade; influência ou força; autoridade; domínio; influência; governo de um Estado; Soberania; recursos; capacidade; mandato.

O poder pode te dar dinheiro, ai o dicionário define:
— Poder de compra: quantidade de bens que se obtêm com certa quantidade de dinheiro;

Para os três poderes, define como:

- Executivo: órgão de soberania responsável pela execução das leis;
- Judiciário: órgão de soberania que aplica sanções a quem não cumpre a lei;
- Legislativo: órgão de soberania encarregado de discutir e elaborar as leis.

Vocês já haviam imaginado como essa palavra é versátil? Como ela mune, enriquece e transforma uma pessoa que recebe o poder?

Poucas pessoas se preocupam com isso! Não é verdade?

Muita gente pode adquirir poder por várias formas. Apenas para simplificar, citarei, por exemplo, o poder de compra:
Digamos que alguém ganhe sozinho na loteria, convenhamos que essa pessoa por mais simples ou pobre que seja, daí em diante vai ganhar, a princípio, um fantástico poder de compra.

Outro exemplo:
Alguém que faz faculdade de Direito e depois um concurso para juiz, aprovado, vai ganhar o poder de decisão para julgar, achar o veredicto e fazer se cumprir a Lei.

Mas eu quero chegar mesmo é no poder que alguém adquire ao chegar num cargo eletivo, seja ele do executivo ou do legislativo. Eu disse cargo eletivo, de eleição.

O que é uma eleição?
De novo para o dicionário: ação de eleger; preferência; escolha; arbítrio; distinção; opção.

O presidente, os senadores, os governadores, os deputados federais, estaduais, os prefeitos os vereadores, são pessoas comuns detentoras de muito poder, não porque acertaram na loto ou prestaram algum concurso, mas porque o povo, de modo muito simples, na maioria das vezes sem medir conseqüências, deu a eles o poder!

Vocês já imaginaram que alguém pra ser gari, (sem menosprezar de forma alguma a profissão ou os briosos e indispensáveis garis), precisa fazer concurso?

Vou melhorar a colocação; para desempenhar a função de varredor de rua é preciso, no mínimo, saber ler e escrever.

E para exercer o mandato de vereador, por exemplo, É necessário ser alfabetizado? Não. Ao menos é o que se vê na prática. Um absurdo! Concorda comigo?

O vereador carrega uma responsabilidade muito grande. No mínimo, conhecer a constituição municipal, ficar inteirado das leis estaduais e federais e acima de tudo saber o significado da palavra imparcialidade, alem de ter que honrar o compromisso com o povo.

O prefeito antes da eleição é um cidadão comum, porem, depois da eleição, ah! Ai são outros quinhentos!!! Doravante, ele é dono da palavra em questão: PODER! Agora ele pode fazer o que quiser com você e a cidade! Em que pese às determinações da Lei de Responsabilidade Fiscal, doravante virão as "manobras".

Quem é que elege os prefeitos e vereadores? Os políticos em geral?

Pois é! Você mesmo! Entende agora do que eu estou falando? Antes da eleição, eles podem ter apenas o poder de compra, mas para ter o poder político/econômico, vão depender de você pelo voto.
É exatamente ai que temos que ficar atentos.
O então Deputado Estadual Alessandro Molon (PT), escreveu que: “Voto não tem preço, tem conseqüência”. Eu acrescento: “Voto é transferência de poder”.

Numa linguagem bem simples, quero que o amigo leitor entenda que quando se aproxima uma eleição o poder em questão é nosso, somente, até o dia do voto.

É como se você participasse, com uma arma, de um jogo de vida ou morte. Dentre vários participantes está seu inimigo, ele sabe quem é você, mas você não sabe quem é ele. Sabendo que você tem a arma, (o poder), ele não te ataca, mas pelas regras do jogo, num determinado momento você vai ter que escolher alguém para passar a arma, (o poder), adiante.
Já viu? Se você passar a arma para o inimigo você ta ferrado!

Precisamos atentar para a dimensão do poder político que agora chamo de poder político/econômico.

Tem gente que nunca foi em sua casa saber como você está o que você ta precisando; mas agora, com a proximidade da eleição, essa gente vai aparecer ai, pode crer, e ai, é comum pensarmos: VOU VOTAR EM FULANO OU DR. FULANO, ELE É UMA PESSOA MUITO SIMPLES, ATÉ VEIO AQUI NA MINHA CASA!!!
É importante questionar: Você vai transferir aquele poder todo, que me referi agora a pouco, a ele, só porque ele foi à sua casa?

Algumas pessoas me perguntam: como fazer pra saber quem é o melhor candidato? Eu concordo que é muito difícil saber. Mas pelo menos o pior ta mais fácil de identificar.
Os meios de comunicação estão divulgando constantemente os nomes nefastos.
É só ficarmos atentos, se formos excluindo os piores a coisa vai melhorando.

Evidente que não conseguiremos transformar totalmente nossa cidade, o estado ou o país, apenas com uma eleição, mas nem por isso podemos perder a responsabilidade que temos no processo de mudança e de mantermos viva na consciência essa responsabilidade.

O segredo é ir mudando aos poucos e quando necessário. Portando, não venda seu voto, não diga que de agora em diante só vota em quem te oferecer algo em troca. Eduque-se em relação ao assunto. Exclua os donos da verdade, os ricos misteriosos, aqueles, do seu conhecimento, que fizeram, do poder que você concedeu, uma fonte de riqueza só pra eles. Pra fazer justiça, é importante lembrar que tem muita gente decente na política. Esses devem ser conservados! Inclusive você pode participar do processo como cidadão esclarecendo informando, ou ainda diretamente se candidatando. Analise se você tem capacidade. Pense que a cadeira que poderia ser ocupada por um cidadão, poderá, amanhã, está sendo utilizada por um canalha que vai ter poder pra tirar você do sério e fazer uso indevido daquilo que é nosso, dos nossos filhos, nossos netos.

Olhe ao seu redor, veja como estão pessoas que você transferiu o poder na ultima eleição, gente que não tinha nada, igual a você. Analise hoje, lembre como eles e os familiares viviam e veja como estão hoje!

Agora olhe pra você, sua família, sua casa, (se é que você tem uma), seu emprego!!! Eles prometeram lembra? Eles até empregaram muita gente, e ganhando bem, mas veja quem são as essas pessoas!
Ai na sua cidade tem alguém que ficou rico ou mais rico ou enriqueceu a família? Você poderia citar só pra você um nome ou os nomes?
Agora eu pergunto: quem é o culpado disso? Quem concedeu o poder a eles? Quem votou neles? Deixei você nervoso, não é verdade? Tenha calma, guarde sua ira, e aguarde uma nova eleição, ela está chegando e o poder em questão vai estar em suas mãos!

Claro que isso não deve generalizar os fatos. Se na sua cidade, o progresso chegou, a saúde, a educação, a moralidade, a pontualidade, você está conseguindo ter e dar uma vida decente pra sua família! Parabéns! Você acertou! E o grupo governante da sua cidade também.

Quero que você reflita sobre isso, sobre a palavra, “poder”.
O poder inserido no contexto político como uma arma que é sua e que você vai ter que passar para alguém, que consequentemente depois, poderá fazer uso dela, pra ferrar com você!

Pense nisso!

José Carlos Benigno DRT 4104 Jcbenigno@hotmail.com